sexta-feira, 21 de março de 2008

TURMA 81 = Pedro R. Ávila, Cláudio C. Godoy, Fernando M. de Souza,





Uma geleira ou glaciar é uma grande e espessa massa de gelo formada em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada, de várias épocas, em regiões onde a acumulação de neve é superior ao degelo. É dotada de movimento e se desloca lentamente, em razão da gravidade, relevo abaixo, provocando erosão e sedimentação glacial. As geleiras ou glaciares podem apresentar extensão de vários quilômetros e espessura que pode também alcançar a faixa dos quilômetros. A neve que restou de uma estação glacial dá-se o nome de nevado (usa-se também o termo alemão Firn e o francês nevé). O nevado é uma etapa intermediária da passagem da neve para o gelo. À medida que se acumulam as camadas anuais sucessivas, o nevado profundo é compactado, recongelando-se os grânulos num corpo único. O gelo das geleiras é o maior reservatório de água doce sobre a Terra, e perde em volume total de água apenas para os oceanos. As geleiras cobrem uma vasta área das zonas polares mas ficam restritas às montanhas mais altas nos trópicos. Em outros locais do sistema solar, as grandes calotas polares de Marte rivalizam-se com as da Terra. Dentre as características geológicas criadas pelas geleiras estão as morenas, ou moreias terminais ou frontais, mediais, de fundo e as laterais, que são cristas ou depósitos de fragmentos de rocha transportados pela geleira; os vales em forma de U e circos em suas cabeceiras, e a franja da geleira, que é a área onde a geleira recentemente derreteu.
Tipos de Geleiras

Segundo a forma, há dois tipos principais de geleiras: geleiras de vales ou alpinas, que são assim chamadas por se confinarem aos vales e terem sido estudadas em pormenor, pela primeira vez, nos Alpes, e as geleiras continentais, também chamadas de geleiras de latitude ou inlândsis, que são calotas de gelo que cobrem extensas superfícies e fluem radialmente sob a ação de seu próprio peso, independente da topografia subjacente. A maioria dos conceitos neste artigo aplica-se igualmente para as geleiras de vales e continentais. Uma geleira temperada (ou morna) está em zonas em que a temperatura é próxima do ponto de fusão durante todo o ano, a partir da superfície para o fundo da geleira. O gelo nas geleiras polares (ou frias) está sempre abaixo do ponto de congelamento com maior perda de massa devido à sublimação. As geleiras subpolares (ou transicionais, subárticas) têm uma zona sazonal de fusão próxima à superfície e têm alguma drenagem interna, mas pouca ou nenhuma fusão basal. As classificações térmicas das condições da superfície variam de tal modo que as zonas de geleiras são freqüentemente utilizadas para identificar as condições de fusão. A zona de neve seca é uma região onde não ocorre fusão, mesmo no auge do verão. A zona de percolação é uma área com alguma fusão na superfície da geleira, mas a água percola alguns metros e recongela, formando lentes, camadas e glândulas de gelo. A zona de neve úmida é uma região onde toda a neve depositada desde o final do verão anterior estará a zero °C. A zona de gelo empilhado é uma zona onde a água de derretimento congela em crostas na geleira formando uma massa contínua de gelo. As menores geleiras alpinas formadas nos vales das montanhas são chamadas de geleiras de vale. As geleiras maiores podem cobrir uma montanha inteira, uma cadeia de montanhas ou até mesmo um vulcão; este tipo é conhecido como calota de gelo. Calotas de gelo alimentam geleiras de descarga, línguas de gelo que se estendem pelos vales abaixo, longe das bordas dessas grandes massas gelo. As geleiras de descarga são formadas pelo movimento do gelo da calota polar, ou de uma calota de gelo das montanhas da região, em direção ao mar.


A geleira Spegazzini, na Argentina. Uma geleira de maré desprendendo massas de gelo. As maiores geleiras são os mantos de gelo continental, enormes massas de gelo que são visivelmente afetados pela paisagem e abrangendo toda a superfície abaixo deles, exceto possivelmente às bordas onde são mais finos. Atualmente os mantos de gelo continental só existem na Antártica e na Groenlândia. Essas regiões contêm grandes quantidades de água doce. O volume de gelo é tão grande que se o manto de gelo da Groenlândia derretesse, ele elevaria o nível dos oceanos cerca de seis metros (20 pés) ao redor do mundo. Se o manto de gelo antártico derretesse, o nível dos oceanos subiria cerca de 65 metros ( 210 pés ). As geleiras de planalto lembram o manto de gelo, mas em uma escala menor. Elas cobrem algumas áreas de planaltos e grandes altitudes. Este tipo de geleira aparece em muitos lugares, especialmente na Islândia e em algumas das maiores ilhas do Oceano Ártico, e em todo o norte da Cordilheira do Pacífico desde o sul da Colúmbia Britânica até o oeste do Alasca. As geleiras de maré são geleiras que terminam no mar, geralmente em um fiorde. A frente é na forma de uma falésia de gelo de onde se separam icebergs. A maioria das geleiras de maré desprende essas grandes massas de gelo acima do nível do oceano, o que freqüentemente produz um tremendo impacto na superfície da água ao serem atingidas pelos icebergs. Se a água é profunda, as geleiras podem desprender essas grandes massas de gelo sob a superfície da água, fazendo com o iceberg surja repentinamente na superfície.



Extras:
Classificação


A geleira Grindelwald Superior e o Schreckhorn, na Suíça, mostrando as zonas de acumulação e ablação. As geleiras classificam-se de acordo com seu tamanho e a relação que mantêm com a geografia.
Geleira alpina
Esta classe inclui as geleiras menores, as quais caracterizam-se por estarem confinadas nos
vales das montanhas: razão porque são denominadas geleiras de vale ou alpinas ou de montanha, a taxa de alimentação de neve é elevada e sua velocidade também: 60m/mês.
Calota de gelo
Consiste em enormes coberturas de gelo que podem cobrir uma
cordilheira ou um vulcão; sua massa é menor que a atual nas geleiras continentais. Estas formações cobrem grande parte do arquipélago das ilhas norueguesas de Svalbard, no Oceano Glacial Ártico.
Geleira de descarga
As calotas de gelo alimentam geleiras de descarga, línguas de gelo que se estendem vale abaixo distantes das bordas dessas massas de gelo maiores. No geral, as geleiras de descarga são geleiras de vale, que se formam pelo movimento do gelo de uma calota de gelo desde regiões
montanhosas até o mar.
Manto de gelo
As maiores geleiras são os
mantos de gelo: enormes massas de gelo que não são afetadas pela paisagem e estendem-se pela superfície, exceto nas bordas, onde sua espessura é mais fina. O manto de gelo da Antárctida Ocidental e o da Groenlândia são atualmente os únicos existentes. Estas regiões contêm vastas quantidades de água doce. O volume de gelo é tão grande que se Groenlândia derretesse faria com que o nível do mar subisse uns 21 m a nível mundial, enquanto que se o da Antártida derretesse, os níveis subiriam até 108 m . A fusão combinada resultaria em uma elevação de cerca de 130 m .
Geleira de planalto
As geleiras de planalto são geleiras de menor tamanho. Se parecem com as calotas de gelo, mas neste caso seu tamanho é inferior. Cobrem algumas zonas elevadas e
planaltos. Este tipo de geleiras aparece em muitos lugares, sobre tudo na Islândia e algumas das grandes ilhas do Oceano Ártico (Baffin, Ellesmere, Devon, etc.).
Geleira de piemonte
As
geleiras de piemonte ocupam terras baixas, amplas nas bases de montanhas escarpadas e se formam quando uma ou mais geleiras alpinas surgem das paredes de confinamento dos vales de montanhas e suas línguas de gelo se unem. O tamanho das geleiras de piemonte varia muito: entre as maiores estão a geleira Malaspina, que estende-se ao largo da costa sul do Alasca. Ocupa mais de 5.000 km² da planície costeira plana situada no sopé da elevada Cordilheira São Elias.

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